Hoje em dia, há uma sobrecarga de informações no mundo.
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Essa afirmação pode parecer um pouco bizarra, mas permita-me mostrar o que está acontecendo atualmente quando comparado ao que acontecia no passado.
Há 1000 anos, haviam pouquíssimas bibliotecas. Se você precisasse saber algo, provavelmente perguntaria a alguém em quem confiava e que soubesse mais do que você.
Há 500 anos, a prensa de Gutenberg foi inventada e as bibliotecas começaram a se tornar mais comuns. As bibliotecas já existiam, mas como os livros precisavam ser copiados à mão, eram raras e caríssimas de criar e manter.
Há 100 anos, os primeiros grandes jornais começaram a circular e todos buscavam se manter informados por eles. Eles começaram a governar os assuntos e ordenar o que possivelmente era relevante para a sociedade, tendo a verdade como valor essencial.
Há 50 anos, esses jornais viraram telejornais. As TVs abertas passaram a fazer esse papel e muitas empresas pagavam dinheiro para aparecer para quem via os programas. Como ainda não havia muitos canais, o que aparecia ali governava.
Vale ressaltar que as bibliotecas já estavam a pleno vapor e competindo pela atenção.
Mas você ainda tinha tempo para se perguntar algo, e múltiplas fontes diversas de conhecimento e opinião chegavam até você.
Agora, com a internet, o jornalismo clássico viu que opinião vende melhor que fatos.
As pessoas acham mais interessante falar sua opinião sobre o que aconteceu do que o que aconteceu de fato. E isso faz com que você receba informação demais, sobre coisas que nem perguntou.
O ponto é: você hoje em dia nem se questiona mais nada, você só absorve o que chega até você. Via rede social ou sites de notícias enviesadas, onde é possível saber a opinião do jornalista pela manchete da matéria, nem precisa ler para saber.
Pode perguntar a qualquer jornalista profissional: ele vai afirmar que a chamada da matéria é a síntese do tom da matéria inteira.
O ponto é: você não para mais para questionar a si mesmo, seja sobre a relevância do que chega até você ou fazendo para si as boas perguntas que a vida exige.
O problema piora
Essas opiniões misturadas a informações chegam em uma escala avassaladora.
E você, várias vezes, se pega avaliando opiniões dos outros antes de saber os fatos, como quando acontece algo polêmico e todos estão falando sobre isso, mas você ainda nem sabe o que é que aconteceu.
A opinião chega antes dos fatos hoje em dia.
E você se expõe a pessoas que poderiam ser seus amigos. Isso faz com que vocês gostem das mesmas coisas e não gostem das mesmas coisas. Essa definição faz com que as opiniões que chegam até você só reforcem umas às outras.
Essas opiniões, quando aglutinadas e consolidadas, se tornam convicções. Defino convicção como um certo conjunto de opiniões que você tem sobre um assunto específico, com alto grau de certeza. Mais precisamente, opinião firme a respeito de algo, com base em provas ou razões íntimas, ou como resultado da influência ou persuasão de outrem; convencimento.
Ou seja, você começa a desconfiar de qualquer fato que vá contra suas convicções.
E aí o problema passa para o último nível.
Seu conjunto de convicções começa a definir suas crenças.
Crenças são certezas movidas por fé, e fé é definida aqui como aquilo em que você acredita mesmo sem ver, sem ter fatos ou evidências que comprovem o que você acredita.
Antigamente, todo mundo falava em fé e remetia a ideia de fé em Deus. Acreditar em Deus sem nada a provar ou medir cientificamente a concepção de Deus.
Hoje em dia, as pessoas têm crenças em coisas absurdas, como:
Terra plana, sistemas políticos, curso que ensina a vender curso não é pirâmide e muitas outras coisas.
Crenças políticas - Não importa o que o cara da direita/esquerda, fez. É bom/ruim, porque foi da esquerda/direita que fez/deixou de fazer.
Isso acontece porque você elevou a ideia de como a sociedade deve se organizar ao patamar de crença, como se a sua vida dependesse disso. Ela não depende, Tião!
Qual é a solução:
Simples.
Olhe para onde esta pirâmide está apoiada.
Ela não está apoiada em fatos, muito menos opiniões.
Mas em infinitas perguntas.
São as perguntas que deveriam movimentar o mundo, e movimentar a si mesmo. Quando alguém faz uma boa pergunta e se compromete em achar uma resposta verdadeira, pode mudar o mundo!
Perguntaram a Isaac Newton como os planetas se movem, e lá foi ele inventar o cálculo.
Einstein se perguntou como seria viajar num feixe de luz pelo universo, e lá foi ele responder.
Bach perguntava a si mesmo como elevar a música para a glória de Deus.
Da Vinci perguntava a si mesmo como retratar a realidade das emoções humanas e pintou a Monalisa, perguntou como responder ao enigma de Vitruvio e criou o Homem Vitruviano.
E Sócrates, o mais sábio dos homens da Grécia, perguntava tudo, apenas para conhecer a si mesmo.
E muitas perguntas sobre o mundo foram feitas, e pessoas ousadas e comprometidas foram atrás das respostas.
Hoje em dia, poucos ainda se questionam.
Qual foi a última vez que você se perguntou algo como:
O que posso fazer para ser um pai/mãe, filho, irmão, marido, amigo melhor para essa pessoa em particular?
Qual foi a última vez que você se perguntou: O que eu deveria estar fazendo agora para ter uma vida mais realizada?
Qual foi a última vez que você buscou se conhecer mais e se dar a chance de responder diferente do que seu cérebro cheio de opiniões e convicções enviesadas respondeu automaticamente?
Existem infinitas boas perguntas, mas elas precisam da gente para serem feitas.
Porque a única coisa que devia te guiar não é o conjunto de respostas que você tem, mas as BOAS PERGUNTAS que te guiam.
Faça boas perguntas e mantenha o foco em busca das respostas.
Esse é o primeiro passo para entender essa mensagem.
Luciano M. S. Varricchio
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